“Eu ficaria muito feliz se a nova publicação de meus escritos litúrgicos pudesse contribuir para tornar visíveis as grandes perspectivas de nossa Liturgia, voltando a colocar em seu lugar as míseras e pequenas diatribes sobre as formas exteriores”, escreve o Papa na apresentação do primeiro volume, dedicado precisamente à liturgia.
Bento XVI sublinha que começar com a Liturgia quer dizer afirmar o primado de Deus.
“Deus acima de tudo”, proclama na introdução do prefácio, do qual a Rádio Vaticano publicou uma passagem em italiano. ”Onde o olhar sobre Deus não é determinante, todo o demais perde sua orientação”.
O pontífice afirma que em um primeiro momento ele havia pensado em eliminar 9 páginas de seu livro “O Espírito da Liturgia. Uma introdução”, publicado em 2000, para não voltar a criar polêmicas.
Infelizmente, recorda, quase todas as resenhas se concentraram somente nessas páginas que falam sobre a orientação do sacerdote durante a Liturgia, como se quisesse voltar a introduzir a prática de que o sacerdote dê “as costas para a assembléia”. Mas depois as manteve, considerando que fica clara sua intenção mais profunda.
Constata com prazer que está abrindo caminho sua sugestão de “não modificar as estruturas, mas simplesmente pôr a Cruz no centro do altar, para que a vejam tanto o sacerdote como os fiéis, para deixar-se conduzir ao Senhor, a quem rezamos todos juntos”.
“Por este motivo, durante a oração, olham na mesma direção: ou para o Oriente, símbolo cósmico do Senhor que virá, ou – onde isso não for possível – para uma imagem de Cristo na abside, a uma Cruz, ou simplesmente todos juntos para o alto, como fez o Senhor durante a oração sacerdotal na noite anterior à sua Paixão.”
O Santo Padre explica que a intenção essencial desta obra consiste em enquadrar a Liturgia na “grandeza do cosmos”, que “abraça ao mesmo tempo Criação e História”, em cujo centro está o Salvador, Jesus Cristo, a quem todos nos dirigimos em oração.
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